Lembranças
Hoje
acordei nostálgica.
Em
meio às recordações do passado, veio até mim uma cena do começo de minha
adolescência. Nesta época eu recebia aulas de violão e começava a dominar o
instrumento, mas, já me aventurava a compor algumas modinhas.
Por
ocasião da aproximação do dia das mães, tranquei-me em meu quarto, e deixei
minha alma fluir.
Depois
de muitas tentativas acabei compondo uma melodia muito simples, mas com a qual
queria demonstrar todo amor que sentia. Mamãe era minha maior admiradora.
Gostava de escutar enquanto eu estudava e cantava.
Passei
dias pensando nos versos para colocar na melodia. Até que finalmente encontrei
versos simples, mas verdadeiros.
Engraçado
como nossa mente funciona, lembro-me dos fatos, mas esqueci completamente da
melodia e dos versos.
Na
manhã do dia das mães, antes que ela saísse da cama, acordei meus irmãos e
fizemos uma serenata do lado de fora da porta de seu quarto.
Ela
saiu e nos abraçou chorando copiosamente.
A
minha primeira impressão foi de que ela não havia aprovado a cantoria.
A
minha intenção era a de vê-la feliz, esperava apenas ver sorrisos estampados em
seu rosto.
Meus
irmãos lhe entregaram as rosas que haviam surrupiado de seu jardim. Depois de
dar um beijo em cada um deles, dirigiu-se a mim. Entreguei-lhe um cartão todo
enfeitado com cromos de flores e com os versos da canção que eu havia criado. Depois
de lê-lo, recebi um abraço tão gostoso, e tão carregado de carinho, que até
hoje sinto o amor me inundando como se o estivesse recebendo agora.
Não
sei por que esta cena voltou a minha lembrança. Somente sei que a saudade fez
morada em mim.
Apesar
dos anos de separação, continuo amando minha mãe, como se ainda estive entre
nós. Sinto muita falta do seu colo quente e macio, de suas mãos passando pelos
meus cabelos nos momentos em que mais precisei de afagos.
A
saudade muitas vezes é reconfortante.
Estas
recordações fizeram com que sentisse a sua presença ao meu lado novamente.
Minha
alma esta leve e meu coração feliz.
O
amor inundou todo meu ser.
Apesar
da distancia mamãe eu continuo te amando.
Maria
(Nilza) de Campos Lepre – 11/05/2014
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