sábado, 14 de setembro de 2013

Utopia




Que sensação divina é esta que me invade?
Sinto águas frias acariciando meu corpo.
Não consigo entender o que acontece.
Percebo, porém que a presença de alguém, abraçado a mim, formando um só corpo, uma só alma. Abro os olhos e te vejo amor de minha vida.
- Veio me visitar, amainar a falta que faz?
Sei que estou navegando pelas águas do rio Miranda, sem barco, sem piloteiro. Sem motor, e sem remos. Simplesmente descendo ao sabor da correnteza.
Não falamos nada, somente olhos nos olhos. Simples, assim...
Continuamos descendo as águas, calmos e felizes.
Aos poucos meu ser vai se harmonizando com o universo.
A saudade se acalmando. A distancia se encurtando...
Aí... Desperto.
Minha alma canta de alegria, novamente o meu eixo se endireitou.
Posso novamente continuar por aqui por mais algum tempo sem você.
A visita que me fez, mesmo que em sonhos, renovou minhas energias.
Obrigado, querido, sei que em breve nos encontraremos.
Saudades.

Maria (Nilza) de Campos Lepre

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Escritor - Pintor




Escrever é pintar telas com palavras.
As letras transformam-se em pinceis.
Vagarosamente vão colorindo
Pincelada, por pincelada,
Com cores vibrantes,
Mas às vezes tênue,
As paginas de um livro.
As idéias do autor transformam-se.
A escrita vai criando lindas telas.
Cena campestre, ou urbana...
Não importa o tema,
O certo é que o leitor
Interage, e consegue ver
As nuances que o escritor
Tão sabiamente colocou em sua obra.
E se coloca no meio da trama.
Passa a fazer parte da obra do autor.

Maria (Nilza) de Campos Lepre

Poetando



Palavra aqui, outra acolá...
Letras se misturando ao acaso...
Paixões desenfreadas...
Amores realizados...
Alguns desfeitos...

Aos poucos vou sorteando,
Palavras, letras, sentimentos...
Como num jogo de Loto.
Quebrados e tortos...
Nascem versos...

Rimas loucas, sem sentido...
A sombra se avizinha aos poucos...
Minha alma estremece...
Não sei quem sou...
Para onde vou?

Palavra aqui, outra acolá...
Letras se misturando ao acaso...
Formam rimas de alento,
Acalmam o meu ser...
Ainda que tortos...

Maria (Nilza) de Campos Lepre

Primavera



A primavera se avizinha.
Não preciso de calendário para me informar de sua aproximação.
Já há alguns dias, sou despertada pelo canto das aves que habitam o parque vizinho.
Ao nascer do sol, abro a janela e fico apreciando a revoada deles.
É um bailado deslumbrante, pleno de cores e alegria.
O canto das aves se mistura, formando uma algazarra sonora.
Torna-se difícil distinguir qual bando é de Maritacas, ou Periquitos.
Suas cores banhadas pelos primeiros raios de sol parecem refletir o prazer que sentem pela chegada de um novo dia.
O bem-te-vi: abre o peito num canto, que mais parece um chamado para a reunião de seus membros. Alguns cantam: “bem-te-vi”, enquanto outros respondem: “te-vi-te-vi-te-vi...”.
As andorinhas cobrem o céu com seu lindo bailar.
Antes de partirem rumo a outras paragens, fazem uma revoada em forma de espiral, frente a meu prédio.
Parece que se apresentam a mim.
Os gaviões aproveitam para conseguir a primeira refeição do dia.
Fico observado, embevecida, até que o sol aponta majestoso no horizonte.
Tudo se aquieta.
Em cada apartamento, ou casa as pessoas começam a despertar.
É mais um dia de trabalho que começa.
Cada indivíduo retorna a sua atividade cotidiana.
Não percebe a beleza existente neste novo despertar.
As pessoas estão determinadas a ganhar dinheiro, melhorar de vida, e não notam as maravilhas que foram colocadas por Deus a seu dispor.
O que nos traz felicidades está tão próximo; basta apenas olhar para o alto. Ou apenas parar para escutar.
Toda beleza esta ao nosso alcance, basta apenas estender a mão e pegar.
De uma parada em seu dia.
Olhe para o céu, observe a natureza, abra os olhos e os ouvidos.
Deixe a beleza tomar conta de seu ser.
Deixe o mundo te envolver.
Sinta-se feliz.

Maria (Nilza) de Campos Lepre