domingo, 9 de fevereiro de 2014

A vida – A morte



A vida – A morte

Entramos na vida escalando um arco-íris.
Desvendamos cada uma de suas cores, uma a uma
durante nossa passagem por este mundo.
Apreciamos ou odiamos cada um de seus matizes.
Quando conseguimos alcançar a ultima de suas cores
é chegada a hora do adeus, da despedida, da partida.
A morte nos aguarda e nos leva em seus braços.
Ninguém a ama ninguém a quer, mas sempre esteve ali
no final do arco-íris nos aguardando, calmamente.
Alguém sabe o que acontecerá depois?...
A morte é odiada, é temida por todos os humanos.
Porém sabemos que ela será nossa ultima companheira.
É ela que nos acompanhará no final da nossa caminhada.
Ninguém, jamais escapou de partir.
Existe alguém que voltou para contar como é morrer?

Maria (Nilza) de Campos Lepre – 5/02/2014

As cores da vida

As cores da vida
Hoje durante uma de minhas famosas noites de insônia, fiquei a pensar em tudo que vivi durante esta minha longa caminhada.
Depois de muita análise, cheguei a uma conclusão. Nossas vidas são regidas por cores.
Azul - Quando estamos felizes, enxergamos tudo envolto em uma nuvem azul brilhante. O mundo se torna afável, e tudo que nos rodeia se transforma em cenário maravilhoso.  As flores apresentam cores tão vibrantes que chegam a ofuscar nossa visão. O céu, mesmo que coberto de nuvens de chuva mostra- nos uma visão do paraíso.
Verde – Quando estamos em contacto direto com a natureza, tudo se veste de verde, e sem percebermos nos transformamos em parte dela. A sensação é maravilhosa. Uma paz invade nossa alma e ali se instala. Sentia muito esta sensação quando ia à pesca com meu marido nas águas do Pantanal Mato-grossense.
Amarelo – Quando o dia esta ensolarado e estamos de bem com a vida, tudo se transforma. O amarelo do sol nos envolve e aquece nosso corpo e nosso espírito. O dourado do dia nos leva a procurar por praias, piscinas ou mesmo o nosso próprio quintal para aproveitá-lo melhor. Mas, quando estamos em dias ruins ele se transforma em nosso martírio. Praguejamos contra as altas temperaturas, contra a luminosidade do sol. Enfim nada nos parece agradável.
Cinza – Esta cor nos envolve quando estamos deprimidos, ou passando por alguns problemas que nos parecem sem solução. Olhamos a nossa volta em busca de outras cores, mas ela insiste em permanecer por ali. É muito difícil se livrar dela.
Vermelho - Esta é cor que menos aprecio, pois aparece em nossas vidas quando nos deixamos ser tomados pelo ódio, rancor e desejos de vingança. Graças a Deus foram bem poucas as vezes que ela fez parte de mim. Quando percebo que ela esta se achegando uso uma estratégia bem simples. Começo a escrever ouvindo musica clássica. Acalma e faz a gente refletir sobre a causa do mal estar. Geralmente o mal se afasta e consigo refletir sobre os acontecimentos sem paixão.
Preto – Está sempre presente quando perdemos um ente querido. Alguém da família, algum amigo ou conhecido. Aparece como nuvem sobre nossas cabeças quando descobrimos que alguém muito amado esta com uma doença incurável, e nada poderemos fazer para que ela não parta para outro mundo.
Branco – Ela impera em nossas vidas, quando os dias correm normalmente sem nada que perturbe a nossa existente. É a cor que simboliza a PAZ.
Vejam só o que uma noite de insônia faz com a gente. Traz a cabeça pensamentos jamais sonhados.
Acabo de escrever um monte de besteirol. Desculpem-me.

Maria (Nilza) de Campos Lepre – 22/11/2014

O Espelho

O Espelho
Hoje ao olhar no espelho
não consegui me encontrar.
Talvez amanhã eu retorne.


A velha árvore




A velha árvore

Há anos atrás, quando eu ainda era uma menininha, uma das formas que encontrava para descansar entre as brincadeiras, era deitar-me em uma rede e ficar me balançando de cá pra lá. Enquanto meu corpo descansava, meus olhos admiravam a paisagem que se descortinava a minha frente. Gostava de ficar admirando uma velha árvore, que restava só no meio do pasto da fazenda. Pela altura de seus galhos e grossura de seu tronco deve ter sido um dia grande e frondosa. Agora lembrava mais um esqueleto.
Em contraste com o verde do pasto, seu tronco e seus galhos, tinham a cor marrom muito escuro. Era uma figura assustadora. Seus galhos pareciam mãos descarnadas pedindo por misericórdia.
Não sei por que, mas aquela imagem me cativava de tal forma que passava horas apenas observando, e sonhando como ela deveria ter sido. A sensação que eu tinha era de abandono, tristeza, penúria, mas na época eu não conseguia definir estes sentimentos.
Varias vezes perguntei a meus pais o porquê dela permanecer ali. Acreditava que deveriam arrancá-la, pois parecia estar morta. Eu queria acabar com o seu sofrimento. Meu coraçãozinho se condoia acreditando que ela com seus galhos direcionados para o céu estivessem pedindo socorro a Deus.
A resposta que recebia era sempre a mesma: - Querida, ela não esta morta, esta apenas descansando. Um dia ela retornará em todo seu esplendor.
Eu não acreditava no que me diziam, mas não podia fazer nada para ajudar a velha árvore, a não ser ir até ela e ficar conversando como se ela pudesse me entender.
As aulas começaram e eu tive que ficar na cidade para continuar meus estudos.
O tempo passou e as férias chegaram. Voltei para a fazenda e um dia entre um balanço e outro resolvi voltar a admirar a minha velha árvore. Que surpresa, ela estava repleta de folhas renascera como meus pais haviam previsto.             Era tão grande que o gado estava todo amontoado a sua volta em busca de sua refrescante sombra.
Meu coração se encheu de alegria e corri até ela para dar-lhe um abraço.
Esta história de minha infância voltou aos meus pensamentos, porque atualmente estou me sentindo como aquela velha árvore.
Meu tronco esta seco, meus galhos pelados, minha alma dolorida. Só espero, que como a velha árvore, logo eu possa renascer e voltar a fazer sombra para ajudar as pessoas a quem amo.

Maria (Nilza) de Campos Lepre – 8/02/2014