quarta-feira, 28 de maio de 2014

Belo é... Feio é...

Belo é... Feio é...


Belo é...
O raiar de um novo dia...
O sorriso de uma criança...
Não ter de mendigar alegria...
Ter um teto e segurança...

Belo é...
Ter o amor de quem se ama...
Ter confiança em seu governo...
Ser atendido pelo SUS sem drama...
Não se sentir vivendo no inferno.

Feio é...
Ver a nossa mata destruída...
Ver os animais se extinguindo...
Ver a natureza todo dia agredida...
Ver as águas, desaparecendo...

Feio é...
Ver a família a cada dia adoecendo...
Ver o câncer se instalando em nossos lares...
Continuar ausente e não enlouquecendo...
Fingindo-se de feliz apesar dos gritos populares.

Feio é...
Se acostumar com tudo e não fazer nada...
Continuar vivendo cego, surdo e perdido...
Viver com medo e sendo sempre alienada...
Continuar ignorando os gritos de um povo sofrido...


Maria (Nilza) de Campos Lepre – 27/05/2014

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Janela d’alma.

Janela d’alma.
 

Claro.
Escuro.
Ascende.
Apaga.
Abre.
Fecha.
No claro...
Desvenda o mundo.
No escuro...
Tateia confuso.
Ascende...
Ao encontro do amor.
Apaga...
Por uma desilusão.
Abre...
Por uma vida feliz.
Fecha...
Quando realizado.
Sonha...
Para reviver prazeres.
Olhos...
Janelas d’alma.


Maria (Nilza) de Campos Lepre – 14/05/2014

domingo, 11 de maio de 2014

Lembranças

Lembranças

Hoje acordei nostálgica.
Em meio às recordações do passado, veio até mim uma cena do começo de minha adolescência. Nesta época eu recebia aulas de violão e começava a dominar o instrumento, mas, já me aventurava a compor algumas modinhas.
Por ocasião da aproximação do dia das mães, tranquei-me em meu quarto, e deixei minha alma fluir.
Depois de muitas tentativas acabei compondo uma melodia muito simples, mas com a qual queria demonstrar todo amor que sentia. Mamãe era minha maior admiradora. Gostava de escutar enquanto eu estudava e cantava.
Passei dias pensando nos versos para colocar na melodia. Até que finalmente encontrei versos simples, mas verdadeiros.
Engraçado como nossa mente funciona, lembro-me dos fatos, mas esqueci completamente da melodia e dos versos.
Na manhã do dia das mães, antes que ela saísse da cama, acordei meus irmãos e fizemos uma serenata do lado de fora da porta de seu quarto.
Ela saiu e nos abraçou chorando copiosamente.
A minha primeira impressão foi de que ela não havia aprovado a cantoria.
A minha intenção era a de vê-la feliz, esperava apenas ver sorrisos estampados em seu rosto.
Meus irmãos lhe entregaram as rosas que haviam surrupiado de seu jardim. Depois de dar um beijo em cada um deles, dirigiu-se a mim. Entreguei-lhe um cartão todo enfeitado com cromos de flores e com os versos da canção que eu havia criado. Depois de lê-lo, recebi um abraço tão gostoso, e tão carregado de carinho, que até hoje sinto o amor me inundando como se o estivesse recebendo agora.
Não sei por que esta cena voltou a minha lembrança. Somente sei que a saudade fez morada em mim.
Apesar dos anos de separação, continuo amando minha mãe, como se ainda estive entre nós. Sinto muita falta do seu colo quente e macio, de suas mãos passando pelos meus cabelos nos momentos em que mais precisei de afagos.
A saudade muitas vezes é reconfortante.
Estas recordações fizeram com que sentisse a sua presença ao meu lado novamente.
Minha alma esta leve e meu coração feliz.
O amor inundou todo meu ser.
Apesar da distancia mamãe eu continuo te amando.


Maria (Nilza) de Campos Lepre – 11/05/2014

terça-feira, 6 de maio de 2014

O choro da alma

O choro da alma


Sabe... Aquele dia em que você acorda olha para o céu e ele esta lindo, maravilhoso?
Sabe... Aquele dia em que os passarinhos parecem estar mais alegres e felizes do que nunca?
Pois é... Hoje é um destes dias, mas, não consigo aproveitar toda esta beleza...
Pois é... Dentro de mim a escuridão esta chegando aos poucos...
Sabe... Nuvens de chuvas ameaçadoras e carregadas se aproximam, e aos poucos vão vertendo suas águas, que vagarosamente transbordam pelos meus olhos.
Pois é... Não consigo fazer com que parem. Creio que esteja precisando de um colo de mãe ou de um amigo. Hoje amanheci frágil e debilitada.
Sabe... Não sei se por causa das dores intensas que ando sentindo, ou se é apor falta do ombro amigo de meu companheiro. Sempre esteve presente quando dele precisei...
Sabe... Estive com ele até o seu ultimo seu suspiro, sem jamais fazer criticas ou acusá-lo como único responsável pelo que estava passado.
Sabe... Jamais o fiz sentir-se culpado, apenas lhe dei carinho, cuidados e muito amor. - De que adiantariam as criticas? Somente serviriam para entristecê-lo no final de seus dias.
Sabe... Talvez eu esteja precisando de alguém que me de este tipo de carinho...
Não sei... Talvez seja a aproximação do dia das mães, e a saudade de meu amor que esteja apertando o meu peito e me fazendo sentir assim.
Pois é... Acabo de perceber que é minha alma quem chora a falta dos amores que se foram.


Maria (Nilza) de Campos Lepre – 5/05/2014

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Amor é uma coisa doida.

Amor é uma coisa doida.

Existem várias formas de amar, mas, todas são medidas na mesma escala de intensidade.
Meu companheiro amei e ainda amo, acreditando que é para a eternidade.
Amei vários animaizinhos durante minha vida, e até hoje ao recordá-los, o amor brota com a mesma intensidade de quando ainda viviam.
Amo meus filhos, meus irmãos, meus netos, meus entes queridos que já partiram deste mundo. Enfim amo minha família, meus amigos.
Amo minha gatinha, companheira constante de meus dias. É ela quem me traz alegria quando estou triste.
Amo o sol. A lua, as estrelas, o dia, à noite, as árvores, os rios, enfim amo a natureza.
Mas, trago dentro de mim uma pergunta - como é possível se amar tanto, e sempre ter a chance de amar mais, e mais, e mais?...
O amor esta presente em tudo, e em todos os lugares. Ele nunca acaba.
Quando pensamos não o ter, eis que aparece uma nova forma de se amar.
Sabe?
Depois de muito refletir acabei chegando à seguinte conclusão – O amor é o alimento da vida. Sem ele nada existiria.
Por isso peço a todos espalhem o amor, pois somente assim seremos felizes. Somente assim teremos a paz.


Maria (Nilza) de Campos Lepre – 05/05/2014
 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Canto de amor

Canto de amor

A noite com suas enormes mãos 
de dedos finos e compridos, 
aos poucos vai envolvendo o dia.
A escuridão se aproxima e
vai tomando conta de tudo.
Assim também em mim
a penumbra sorrateiramente
vai escurecendo minha alma.
De meus olhos vertem águas
que aos poucos se transformam
em um rio manso de saudades.
Choro a falta de meu amado.
Ele partiu daqui para o além.
Já faz muito tempo.
Mas, as lagrima que choro
batem no silêncio da rua
e como notas em coro
despertam os astros e a lua.
O luar se ascende e os astros cintilam.
Todos dormem somente eu resto acordada.
Sinto não poder mais timbrar
o meu amigo de cordas.
Durante muitos e muitos anos
foi meu companheiro e confidente.
Só ele me confortava nas horas tardias,
acompanhando silente meu canto
de amor e de saudades.

Maria (Nilza) de Campos Lepre – 01/05/2014

O som do silencio

O som do silencio

Viro, reviro.
Sento levanto.
O sono não chega.
A TV esta ligada.
Desligará sozinha
coloquei o timer.
Vou ao banheiro.
Deito novamente.
Viro para a direita,
depois para a esquerda.
Vou para o pé da cama.
A TV desliga.
Meus olhos não se fecham.
Paro de me agitar.
Noto algo muito estranho.
Apuro os ouvidos, e nada.
Nenhum um som?
Nenhum carro passando?
Nenhuma criança chorando?
Nenhum gato miando?
Parece que o mundo parou.
Nada se move.
As folhas das arvores
não farfalham.
O ar não se agita.
Começo a me angustiar.
O que será que acontece?
Não escuto nada.
Só silencio a minha volta
Será que a noite se condoeu
e fechou suas janelas
para me ajudar a dormir?
Mais calma me acomodo.
Viro para um lado e adormeço.


Maria (Nilza) de Campos Lepre – 30/04/2014