sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Canto de amor

Canto de amor


A noite com suas enormes mãos 

de dedos finos e compridos, 
aos poucos vai envolvendo o dia.
A escuridão se aproxima e
vai tomando conta de tudo.
Assim também em mim
a penumbra sorrateiramente
vai escurecendo minha alma.
De meus olhos vertem águas
que aos poucos se transformam
em um rio manso de saudades.
Choro a falta de meu amado.
Ele partiu daqui para o além.
Já faz muito tempo. 
Mas, as lagrima que choro
batem no silêncio da rua
e como notas em coro
despertam os astros e a lua.
O luar se ascende e os astros cintilam.
Todos dormem somente eu resto acordada.
Sinto não poder mais timbrar
o meu amigo de cordas.
Durante muitos e muitos anos
foi meu companheiro e confidente.
Só ele me confortava nas horas tardias,
acompanhando silente meu canto
de amor e de saudades.