quinta-feira, 31 de julho de 2014

O brilho das estrelas

O brilho das estrelas

Em um tempo bem distante, meu marido e eu, deitados na rede pendurada na área da frente de nosso pesqueiro as margens do rio Paraná, estávamos admirando as estrelas. Como ali não havia chegado à eletricidade, não havia nada para ofuscar o brilho delas.
Ao balanço da rede conversávamos sobre a beleza daquele lugar que parecia perdido no tempo. Ali o céu era mais lindo, o brilho das constelações parecia ganhar intensidade. Divisávamos sem nenhum esforço o nosso famoso “Cruzeiro do Sul”.
Ficávamos assim, somente na contemplação, quase todas as noites após um dia estafante de pescaria.
Conversa vai conversa vem e ele levantou uma questão: - Como seria possível que nós aqui na terra enxergássemos o brilho de estrelas, que há muitos e muitos anos, já se encontravam extintas, mortas.
Esta pergunta na ocasião ficou sem resposta.
Na volta procuramos saber as explicações cientificas, mas bem no fundo de minha alma não me convenceram.
Hoje, depois de passado tantos anos, eu encontrei a resposta.
O brilho delas perdurou, porque ele é o resultado de tudo que ela foi enquanto vivia. É a sua essência, na realidade a sua alma. Sei que é uma resposta que não se baseia em estudos científicos, mas dentro de mim é assim que penso e quero que seja.
Assim também cada um de nós é um pequeno planeta que um dia também será extinto, mas, compete a cada pessoa através de seus atos fazer com que sua luz continue a ser admirada por pessoas que por aqui ficarem.
Ainda consigo divisar o brilho de cada pessoa que me foi querida, mesmo tendo partido há muitos anos. Dentro de mim nunca morrerão. Só deixarão de brilhar quando eu também me for.


Maria (Nilza) de Campos Lepre - 2013

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