O brilho das estrelas
Em
um tempo bem distante, meu marido e eu, deitados na rede pendurada na área da
frente de nosso pesqueiro as margens do rio Paraná, estávamos admirando as
estrelas. Como ali não havia chegado à eletricidade, não havia nada para
ofuscar o brilho delas.
Ao
balanço da rede conversávamos sobre a beleza daquele lugar que parecia perdido
no tempo. Ali o céu era mais lindo, o brilho das constelações parecia ganhar
intensidade. Divisávamos sem nenhum esforço o nosso famoso “Cruzeiro do Sul”.
Ficávamos
assim, somente na contemplação, quase todas as noites após um dia estafante de
pescaria.
Conversa
vai conversa vem e ele levantou uma questão: - Como seria possível que nós aqui
na terra enxergássemos o brilho de estrelas, que há muitos e muitos anos, já se
encontravam extintas, mortas.
Esta
pergunta na ocasião ficou sem resposta.
Na
volta procuramos saber as explicações cientificas, mas bem no fundo de minha
alma não me convenceram.
Hoje,
depois de passado tantos anos, eu encontrei a resposta.
O
brilho delas perdurou, porque ele é o resultado de tudo que ela foi enquanto
vivia. É a sua essência, na realidade a sua alma. Sei que é uma resposta que
não se baseia em estudos científicos, mas dentro de mim é assim que penso e quero
que seja.
Assim
também cada um de nós é um pequeno planeta que um dia também será extinto, mas,
compete a cada pessoa através de seus atos fazer com que sua luz continue a ser
admirada por pessoas que por aqui ficarem.
Ainda
consigo divisar o brilho de cada pessoa que me foi querida, mesmo tendo partido
há muitos anos. Dentro de mim nunca morrerão. Só deixarão de brilhar quando eu
também me for.
Maria
(Nilza) de Campos Lepre - 2013
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